segunda-feira, 4 de maio de 2009

NOVO ENEM

NOVO ENEM

Prova sem idiomas surpreende alunos e professores
DISCUSSÃO ATROPELADA - A retirada da língua estrangeira da prova foi informada pelo presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira, Reiynaldo Fernandes, em seminário sobre o vestibular unificado realizado na Universidade de Brasília no dia 29 de abril. Sociologia e Filosofia também estarão de fora. De acordo com Fernandes, não há tempo para a elaboração da matriz das disciplinas, que orientam sobre conteúdo e níveis de cobrança. Em 2010, as matérias serão inclusas.
A exclusão da disciplina demonstra a forma atropelada com que a proposta do novo Enem está sendo apresentada, segundo a gerente de Ensino Médio da Secretaria de Educação do DF, Penha Júlia Souza. “O que vemos é um despreparo”, disse. Contudo, ela defende mudanças no modelo de seleção atual. “Repensar o sistema é fundamental. O ensino médio acabou a reboque do vestibular e abarrotado de conteúdos que nem sempre priorizam o aluno.”
Reitores, entretanto, acreditam que o problema não inviabiliza a realização do vestibular unificado este ano. Da Universidade Federal da Bahia, o reitor Naomar Monteiro de Almeida Filho diz que a retirada das matérias não atrapalhará em nada a seleção de candidatos qualificados. A instituição adotou o modelo para preencher parte das vagas disponíveis. “Não há mudanças para a gente, já utilizávamos o exame, sem idiomas.”
Almeida integra o Comitê de Governança montado para acompanhar a implantação do vestibular unificado. O grupo, formado por reitores e secretários estaduais de educação, sabia da dificuldade em incluir língua estrangeira na prova. O Inep utilizará a matriz de conteúdo do Encceja - o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos - para fazer a avaliação. O Encceja não cobra idiomas, nem Sociologia e Filosofia. O problema, entretando, não foi levado às reuniões do conselho pleno da Andifes, Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior.
A mudança na prova não atrapalhará a decisão da Universidade Federal do Rio de Janeiro, segundo o reitor Aluísio Teixeira. O conselho da instituição vai deliberar sobre a adesão ao novo Enem no dia 6 de maio. A proposta que será votada utiliza o vestibular unificado apenas como primeira fase. “A ideia é aproveitar as provas objetivas do exame e aplicaremos depois provas de redação e específica, inclusive idiomas.”
O reitor da Universidade de Brasília, José Geraldo de Sousa Jr., acredita que a avaliação de idiomas é um elemento importante na seleção, mas não impede o andamento do projeto. “Talvez seja o tributo a pagar para a sua implantação”, ponderou. O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da instituição vai deliberar sobre a adesão ao novo Enem no dia 7 de maio.
O prazo final estipulado pelo Ministério da Educação para as universidades informarem se participarão do vestibular unificado vai até 8 de maio. O novo Enem deve ser realizado nos dias 3 e 4 de outubro e a expectativa é que 4 milhões de pessoas façam o exame. Todas as redações serão corrigidas, uma vez que a prova tem o intuito de avaliar o ensino médio e não só selecionar para as universidades.

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