quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Estudo confirma validade da teoria da relatividade no espaço


Uma equipe de astrofísicos confirmou que a teoria da relatividade de Albert Einstein é válida em escala cósmica, e não só no Sistema Solar, ao comprovar que a gravidade influi na luz procedente de longínquos conglomerados galácticos, segundo estudo publicado na edição desta quarta-feira da revista "Nature".
Por puro acaso, esta pesquisa, que ainda precisa de confirmação, foi publicada alguns dias depois de uma descoberta que lançou dúvidas sobre a teoria de Einstein.
Uma equipe de físicos detectou neutrinos, partículas elementares da matéria, deslocando-se a uma velocidade sutilmente superior à da luz, um "limite insuperável" segundo a teoria da relatividade.
Muito antes deles, Radek Wojtak (Dark Cosmology Centre, da Universidade de Copenhague) e seus colegas tentavam confirmar a teoria de Einstein, analisando a luz que chega à Terra de galáxias situadas nos 8.000 conglomerados, cada um dos quais é formado por milhares de galáxias.
Segundo esta pesquisa, a gravidade garante a coesão dos agrupamentos, mas também influi na luz que cada uma das galáxias emite no espaço.
De acordo com a teoria de Einstein, a frequência da luz diminui e seu comprimento de onda se amplia por efeito da gravidade.
Como consequência disso, ocorre um desvio do espectro luminoso para o vermelho ("redshift") gravitacional, diferente do que provoca o distanciamento das galáxias.
Comparando o comprimento de onda da luz procedente das galáxias situadas no coração dos conglomerados, onde a gravidade (atração universal) é mais forte, ao das galáxias situadas na periferia, a equipe de astrofísicos conseguiu medir "pequenas diferenças em seu 'redshift'", explicou Radek Wojtak.
"Vimos que a luz das galáxias situadas no meio de um conglomerado demora para sair do campo gravitacional, enquanto que a luz das galáxias periféricas emerge mais facilmente", acrescentou o cientista em um comunicado

Fonte: Folhaonline